sábado, 9 de março de 2013

Chuva de Meteroros



Há alguns dias dois meteoros caíram na Terra e ainda estão causando muito alvoroço nos terráqueos. Um deles, em sua queda, além dos estragos materiais, deixou cerca de 500 pessoas feridas na região dos Montes Urais na Rússia, devido à violenta onda de choque causada pelo impacto com o nosso planeta. Em relação ao outro meteoro, é impossível dizer se está causando mais estragos ou mesmo se trará benefícios. Mas literalmente falando, não há um segundo meteoro, apenas usei a linguagem figurada para descrever o grande impacto que o papa Bento XVI, líder da Igreja Católica Romana, causou ao anunciar sua renúncia no próximo dia 28. Em quase seiscentos anos, esta é a primeira vez que um papa renuncia ao cargo. O último a fazer isso foi Gregório XII, em 1415. Em um comunicado, o papa disse estar consciente da dimensão do seu gesto e que sua renúncia se deu por livre e espontânea vontade. A motivação principal de sua decisão teria sido a falta de vigor físico para liderar 1,2 bilhão de católicos no mundo, causada pela idade avançada e a saúde debilitada. A imprensa, por sua vez, bombardeia os meios de comunicação afirmando que a renúncia seria motivada pelas denúncias de promiscuidade, homossexualismo, corrupção e disputa de poder envolvendo membros da alta cúpula do Vaticano ou ligados a ela.

A queda do meteoro na Rússia e a renúncia do papa tem sido um prato cheio, não somente para imprensa, mas também para a escatologia (doutrina das coisas que devem acontecer no fim dos tempos, no fim do mundo), e para os profetas e adivinhadores de plantão. A igreja, atenta aos acontecimentos dos últimos dias tem sentido que a vinda a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo está mais próxima. Nada melhor do que eventos de grande repercussão, especialmente a renúncia do papa, para nos fazer acordar e nos tirar do secularismo e a consequente inércia para as coisas que estão acontecendo ao nosso redor. E quando fatos importantes acontecem, somos sacudidos pela realidade de sermos pó, apenas um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece (Tg 4:14). O resultado é que voltamos ao evangelho com uma leitura mais cuidadosa dos acontecimentos que deverão ocorrer antes da vinda do nosso Senhor; temos mais sede de orar e a nossa oração passa a ser mais prolongada, sentimos mais atenção com o nosso Deus. Até a frequência na igreja aumenta. Enfim, nos tornamos mais crentes. Mas fica a pergunta: até quando precisaremos dos avisos de Deus para nos sensibilizar da iminência do seu retorno a fim de buscar a sua noiva? E quando o Senhor não tiver mais nenhum aviso para nós porque já é chegado o tempo de sua volta? Estaremos prontos para este grande acontecimento?

Os cientistas dizem que a Terra é bombardeada com frequência por toneladas de material cósmico. Entretanto, os meteoros costumam ocorrer em locais desabitados - a maior parte do planeta - e muitos dos corpos que se chocam com a Terra não resistem à pressão da atmosfera e se desintegram antes de cair em solo, sem que sejam percebidos pelas pessoas. Fazendo uma analogia, a maior parte do planeta são as outras pessoas atingidas e que não percebemos os estragos causados em suas vidas. A pressão atmosférica que desintegra os meteoros é o escudo de Deus e seus anjos que nos protegem de muitas tragédias, mas não de todas. Em nossas vidas também somos bombardeados por pequenos meteoros que não percebemos e muitas vezes precisamos de um meteoro maior para nos impactar e ficarmos preparados para a vinda do nosso Salvador ou mesmo para a nossa ida até Ele. Que estejamos vigilantes.

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